Passo 05 - Práticas ESG

O Passo 5 orienta a análise das informações publicadas pelos fornecedores sobre suas práticas nos eixos Ambiental, Social e Governança (ESG). A adoção desses critérios promove maior transparência na cadeia de suprimentos, permitindo uma seleção mais criteriosa de fornecedores comprometidos com a sustentabilidade e a ética empresarial.

Na dimensão Ambiental, as empresas devem demonstrar compromisso com mudanças climáticas (emissões de GEE, adaptação), eficiência energética, uso de fontes renováveis, gestão hídrica, biodiversidade e uso do solo, além de práticas relacionadas à economia circular e gestão de resíduos.

No eixo Social, aspectos como relações de trabalho, remuneração e benefícios, promoção da diversidade, equidade e inclusão, saúde e segurança ocupacional, além do impacto nas comunidades locais e o compromisso com o desenvolvimento social devem ser avaliados.

Já no eixo Governança, são essenciais critérios estruturais considerando compliance, combate à corrupção, transparência, gestão de riscos e engajamento com stakeholders.

COMO INTERPRETAR:

Para verificar o comprometimento dos fornecedores, recomenda-se analisar relatórios de sustentabilidade baseados em metodologias reconhecidas, como as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI). Também é importante observar a presença de metas de melhoria associadas aos indicadores apresentados e a existência de certificações ESG, como ABNT/PR 2030, Empresa B, ISO 14001, ISO 50001, ISO 37001, ISO/IEC 27001 e Fair Trade. Além disso, o fornecedor deve apresentar resultados concretos sobre suas práticas sustentáveis, permitindo uma avaliação precisa de suas iniciativas. Sempre que possível, recomenda-se visitas às instalações ou auditorias independentes para validar as informações.

A descarbonização da cadeia produtiva é um dos desafios centrais do setor da construção. Para isso, instrumentos como as Declarações Ambientais de Produto (DAPs/EPDs) são fundamentais nesse contexto, pois fornecem informações padronizadas sobre o impacto ambiental de um produto ao longo do seu ciclo de vida. No Brasil, a plataforma Sidac – Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção, baseado na Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), possibilita que fabricantes calculem a pegada de carbono e energia de seus produtos de forma confiável e alinhada à realidade nacional, disponibilizando essas informações de forma pública, na forma de Declarações de Desempenho Ambiental de Produto (dDAPs) em uma única plataforma digital. Essa transparência favorece a tomada de decisões informadas por projetistas, empreendedores e compradores, além de incentivar melhorias contínuas nos processos produtivos e fortalecer a rastreabilidade das informações ambientais e o compromisso do setor com a redução de emissões e uma economia de baixo carbono.

Após a seleção dos fornecedores, o monitoramento contínuo de seu desempenho em relação aos critérios ESG é fundamental. Construir relações colaborativas pode incentivar melhorias constantes, tornando a cadeia produtiva mais sustentável. A integração desses critérios não apenas reduz riscos e fortalece a ética no setor, mas também alinha interesses financeiros a valores sociais e ambientais, promovendo um impacto positivo mais amplo.

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